Casacor Bahia 2024
Cabana do Hóspede
Área Verde do Othon, Salvador-BA
Para o projeto do espaço CABANA DO HÓSPEDE, o arquiteto Edilson Campelo priorizou a utilização de materiais industrializados e já acabados em seu processo fabril, sem a necessidade de acabamentos em obra, tornando o canteiro praticamente uma linha de montagem, com a possibilidade de desmonte futuro e reinstalação em locais diversos.
Assim, todo o esqueleto estrutural foi fabricado em MLC (Madeira Lamelada Colada), um tipo de madeira engenheirada para construção civil já consolidada no exterior, com obras de grande porte, incluindo arranha-céus com dezenas de andares, sempre com a utilização de madeiras de reflorestamento, como Pinus ou Eucalipto, autoclavadas e coladas sob alta pressão, podendo alcançar grandes dimensões, competindo inclusive com estruturas metálicas. Por muitos, o sistema já é considerado como o material do novo século, em substituição ao concreto e ao aço, que predominaram nos dois anteriores, respectivamente. Aqui no Brasil, apesar de ainda ser visto como novidade, o sistema já ocupa um lugar de importância em projetos comerciais diversos e residenciais de alto padrão, especialmente em áreas litorâneas e, em grande parte, aqui mesmo em nosso Estado.
Os fechamentos de cobertura e fachadas se dividem em: telha-forro termoacústica que, como o próprio nome já diz, não necessita ser forrada posteriormente, podendo trazer na superfície interna acabamentos diversificados, coloridos ou amadeirados; e esquadrias de vidro temperado incolor, para permitir a completa abertura diante da estupenda vista do Oceano Atlântico, que banha a costa leste da capital baiana, onde será instalada a Mostra. O vidro ainda marca presença sobre o espaço destinado à Sala de Banho, com o teto translúcido, laminado de segurança, com proteção solar e acabamento especial de baixo espelhamento e coloração neutra.
No piso, réguas de travertino nacional in natura e sem polimento, que tem a capacidade de dar a sensação tátil de caminhar descaço sobre a rocha, numa reverência à natureza e sua riqueza em todos os sentidos.
A este conjunto estamos dando o nome de “Arquitetura Nua”, um tributo ao Modernismo e sua defesa da “VERDADE DOS MATERIAIS”, porém com leitura atualizada, a partir do emprego das tecnologias disponíveis em nossa época.
Com isso, o profissional busca homenagear, ao seu modo, o jeito de fazer a arquitetura moderna aqui na Bahia, como fez o arquiteto carioca Paulo Casé, no projeto do Othon em 1973, já numa atitude crítica de um modernismo tardio, mas ainda com traços marcantes, estrutura aparente e honestidade formal, valendo-se da tecnologia, materiais e estética, disponíveis, difundidos e bem aceitos à sua época.